18 de janeiro de 2021

{Resenha} Mulheres Extraordinárias: As criadoras e a criatura

Hoje a resenha é sobre o livro "Mulheres Extraordinárias: As criadoras e a Criatura" de Charlotte Gordon. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Eu não tenho como mensurar a minha felicidade em poder conhecer um pouco mais a vida de Mary Wollstonecraft e Mary Shelley, quando a DarkSide Books lançou esse livro.  

Temos nessa obra, a cronologia biográfica, de duas mulheres que revolucionaram os séculos XVIII e XIX com as suas ideologias, sua escrita e sua maneira de lidar com a população local, nas suas relações individuais e em sociedade. 

Mary Wollstonecraft sendo a segunda filha e a mais velha das meninas, ficou refém do cuidado e zelo de suas irmãs e irmãos. O irmão mais velho, que era de quem sua mãe tinha mais cuidado e amor, acabou saindo de casa cedo para estudar, deixando os outros sob os cuidados de uma mãe dura e cruel e de um pai alcoolista. 

Ainda assim, Mary não desistiu, saiu de casa aos 19 anos e fundou uma escola com sua irmã mais nova e sua melhor amiga Fanny, em Londres. Depois de diversos problemas financeiros, elas decidiram fechar a escola. Chegou a ser governanta e começou a traduzir textos em francês e alemão. 

Mary começou a escrever e foi uma precursora do feminismo, com um livro que vendeu bastante na época mas que não a levou ao aclamado sucesso por conta de todos as questões do papel da mulher na sociedade da época. Mary ainda teve uma filha fora do casamento, o que a colocou em um local de mais rebeldia dentro da sociedade. Ela foi abolicionista e conheceu muitos filósofos e escritores famosos da época, por sua influência na literatura. Ainda assim, ela não baixou a cabeça e quando faleceu, depois de ter febre puerperal, dez dias após o nascimento de sua segunda filha, Mary estava escrevendo um outro livro, que a reconheceria de fato como uma grande escritora. 

E intercalando a escrita, está a filha dessa mulher revolucionária, que nasceu de uma relação um pouco improvável e que deu certo, Mary Godwin. William Godwin era um filósofo e tinha alguns livros escritos, se tornaria futuramente uma grande influência da filha.

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Após casar novamente, Mary começou a perceber que precisaria compartilhar o amor de seu pai, que admirava e amava incondicionalmente. Mary teve oportunidade de ter uma boa educação e dedicava suas horas as leituras das obras da mãe e do pai. Ao conhecer Shelley, Mary também começou a escrever em seu diário e viu que o poeta a incentivava bastante. 

Após escrever a sua obra, que a colocaria em destaque, Mary viu que não era bem assim. Franskenstein não levou muitas críticas positivas e a autora começou a perceber que aquele mundo ainda era muito dominado por homens. 

Mary Shelley, assim como sua mãe, lutou para que a mulher tivesse o reconhecimento e fosse de fato vista como protagonista de suas histórias. Mary teve em Shelley um companheiro digno de troca, mas os problemas das relações conjugais levaram a Mary a enfrentar vários questionamentos sobre aquela relação e sobre a sua obra. 

Charlotte, de uma forma esplêndida, traz a cronologia dos fatos, a infância dessas duas mulheres extraordinárias. Duas mulheres que nasceram em uma época que só o casamento salvava. Uma época que elas não tinham direito a votar, a ter nada em seu nome, a se quer ficar com os filhos, conseguiram fazer história, mesmo que aos trancos e barrancos, sendo que Shelley teve um pouco mais de sorte do que a sua mãe, que teve sua vida ceifada  ainda muito cedo. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

O livro é um primor, a história dessas duas é de dar um quentinho, porque apesar da morte das duas, elas foram reconhecidas como mulheres que fizeram história para o feminismo e para a literatura estrangeira. E ainda que nós, em pleno século XXI, temos que brigar para ter esse espaço nesse mundo machista e opressor. Conhecer a fundo o que essas mulheres passaram, nos faz persistir e acreditar que estamos no caminho certo. 

Eu só tenho a agradecer a caveirinha por ter trazido esse livro e a Charlotte, por nos ter dado a oportunidade de conhecer a história dessas duas mulheres. Essa leitura se tornou uma das minhas favoritas e a indico de olhos fechados!

*Livro cedido em parceria com a Editora. 

Onde Comprar: DarkSide Books
Título: Mulheres Extraordinárias: As criadoras e a Criatura 
Editora: DarkSide Books
Páginas: 624

Sinopse: Mary Wollstonecraft e Mary Shelley nunca se conheceram de fato. Ainda assim, suas histórias estão inevitavelmente entrelaçadas por escolhas, sonhos e tragédias curiosamente similares. Ambas se tornaram escritoras famosas. Apaixonaram-se por homens geniais e impossíveis. Foram mães solteiras, com filhos fora do casamento. Viveram em exílio. Lutaram por uma posição na sociedade. Desafiaram os costumes da época. E eram mãe e filha.De um lado, a autora de Reivindicação dos Direitos da Mulher, uma das obras fundadoras do feminismo, que denunciou a exclusão das mulheres aos direitos básicos no século 18. De outro, a criadora de Frankenstein, verdadeiro ícone do terror — e primeiro livro a ser lançado na coleção Medo Clássico da DarkSide® Books.
Mulheres Extraordinárias: As Criadoras e a Criatura, biografia premiada assinada pela poeta e biógrafa Charlotte Gordon, enreda as vidas de Wollstonecraft e Shelley em uma verdadeira jornada entre gerações visionárias: duas mulheres que, embora tenham vivido poucos dias na companhia uma da outra — Wollstonecraft morreu dez dias depois de dar à luz, de febre puerperal —, compartilham um legado literário transformador.
Por anos, estudiosos subestimaram o impacto de Wollstonecraft sobre Shelley; vistas como figuras desvinculadas que representavam filosofias e movimentos literários diferentes, parecia improvável que qualquer elo além da maternidade pudesse sequer existir.
Neste livro, Charlotte Gordon revela como a influência de Wollstonecraft sobre a filha foi, na verdade, extremamente profunda. Shelley, que cresceu lendo e relendo os livros da mãe, nutriu o desejo de se tornar alguém e criar uma obra própria. Wollstonecraft, por sua vez, destinou boa parte de seu trabalho para a geração seguinte, visando um mundo mais justo e igualitário.
Mulheres Extraordinárias: As Criadoras e a Criatura mostra como Wollstonecraft e Shelley — vozes muito à frente de seu tempo — permanecem exemplos para quem luta contra as injustiças de gênero de uma sociedade marcada pelo patriarcado. Envolvente e esclarecedor, o livro descortina duas vidas que deixaram como legado, sobretudo, a mensagem de resistência feminina. O livro é mais uma obra de não ficção a integrar a coleção DarkLove, a marca da DarkSide® Books especialmente pensada para corações românticos e valentes.




Denise Brigido "Uma pessoa que ama os livros, e esse mundo literário, adora viajar e conhecer novas culturas e é louca pelos animais. Sou apaixonada pela vida, pelos animais e por viagens. Fisioterapeuta de profissão e leitora compulsiva de coração! Leio livros desde os meus 8 anos e hoje aos 30 resolvi embarcar nessa aventura, que é poder compartilhar um pouco com vocês o meu amor por esse universo literário."

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