Confesso que estava namorando essa Graphic Novel faz um bom tempo, mas nunca conseguia comprar. E com a Bienal tive a oportunidade de adquirir livros que já tinham um desejo antigo e esse foi um deles.
Eu engoli a HQ. Li em dois dias e para quem me conhece sabe que sou bem lenta, mesmo em se tratando de um quadrinho.
A história gira em torno de algumas mulheres que são obrigadas a casar ainda meninas, são escravizadas e muitas vezes violentadas pelo próprio marido, sendo esse muitos, mas muitos anos mais velhos. Elas perdem o direito de viver, acabam sendo reféns da situação, pois não podem voltar para a casa dos pais, ou se desobedecem seus esposos, sofrem punições severíssimas.
Fiquei bem chocada com o relato de algumas histórias, mas ao ler a história da Aisha, pude presenciar um pouco de esperança em meio a tanta solidão e escassez na vida dessas mulheres. Aisha é uma menina que luta contra os deveres das mulheres de seu país. Ela consegue, com seu jeito e sua força estudar e até mesmo namorar escondido dos pais. Quando forçada a casar, ela os enfrenta e acaba conhecendo a fotojornalista que solicita uma reportagem para ela.
Aisha é uma das poucas meninas, que tenta gritar e consegue minimamente ser ouvida. Ela quer mudar um pouco essa desigualdade de gênero que existe em seu país.
A HQ é muito bem desenhada e ainda aparecem fotos de algumas mulheres, por se tratar de um documentário também .
A única coisa que senti falta foi da continuação da história e do que de fato acontece com a Aisha. Apesar disso eu gostei bastante da narrativa e dos desenhos. As fotos dizem muito, através do olhar o que essas mulheres vivem e sentem. São histórias que nos fazem pensar o quão importante é o nosso espaço de fala e o quanto temos que valorizar isso, dentro do nosso país.
Eu indico essa hq de olhos fechados. Vem embarcar nessa viagem até o Iêmen.
Autor: Ugo Bertotti
Editora: Nemo
Páginas: 144
Editora: Nemo
Páginas: 144
Sinopse: Obrigadas a se casarem ainda meninas. Escravizadas, violentadas, por vezes assassinadas. Cobertas com o véu negro – o niqab – as mulheres do Iêmen parecem fantasmas. Contudo, pouco a pouco, com delicadeza, coragem e determinação, elas travam uma batalha corajosa por sua emancipação. Uma revolução silenciosa está em marcha para fazer valer seus direitos e sua liberdade. Aisha, Sabiha, Hamedda, Houssen e tantas outras: aqui estão algumas de suas histórias. Uma extraordinária reportagem em quadrinhos de Ugo Bertotti inspirada pelas imagens e pelas entrevistas da fotojornalista Agnes Montanari.
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