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14 de fevereiro de 2021

{Resenha} Desconstruindo Una

 Hoje a resenha é sobre o livro "Desconstruindo Una" de Una. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Eu comprei essa graphic novel na Black Friday e peguei para ler despretensiosamente, pois para quem me conhece, eu não leio sinopse e sempre vejo resenhas em blogs depois de ter lido o livro, para ver a opinião do leitor. 

Alerta de gatilho para quem vivenciou ou conhece vítimas de violência/abuso sexual. 

Quando eu comecei a ler, vi que para além de uma graphic, Una nos traz dados de vários crimes cometidos por um serial Killer que matava mulheres em West Yorkshire, Inglaterra, entre 1975 e 1981 e faz um paralelo com a sua história. Achei isso maravilhoso, porque ela vem mostrando como a violência contra as mulheres nos silencia, nos culpabiliza e deixa marcas para uma vida. 

Una traz junto com todos os dados sua história. Uma criança marcada por uma violência que acabou fazendo dela uma "adulta" muito cedo. Uma violência que ela não sabia o que era, por ser criança. Passou por especialistas, médicos e ninguém descobria o que aquela criança, que se tornara uma adolescente apática e uma mulher com muitos traumas.  

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Una foi abusada na infância e conseguimos vislumbrar através do seu relato, que crianças são expostas o tempo todo, mas elas não são levadas a sério. A nossa autora preferiu se calar, porque acreditava que ninguém iria ouvi-lá. E esse relato é vivido pela a maioria das crianças, mas elas mostram sinais no comportamento de que algo está errado. 

E andando junto com a sua história, o assassino em série poderia ter sido desmascarado logo no início, através de um retrato falado fiel de uma adolescente que sobreviveu ao seu ataque, mas a polícia quis acreditar que o assassino só matava prostitutas, desvendando o caso mais de trinta anos depois. 

O que deixa mais evidente que crianças e adolescentes não são levados a sério, quando se trata de abuso e violência contra seu próprio corpo. 

O mais curioso e revoltante é que as primeiras mulheres mortas não eram prostitutas, elas só estavam bebendo em um bar sozinha e andando na rua a noite. Isso as fez culpadas. E ainda hoje, identificamos essa deslegitimação na fala da mulher e sua culpabilização.

Foto retirada de Arquivo Pessoal

No livro, conseguimos identificar os anos de sofrimento da Una e em como ela não foi ouvida, nem mesmo por especialistas, então, esse livro é muito importante, para que possamos estar mais atentas ao comportamento e ações de nossas crianças. O que aconteceu com a Una, transformou sua vida de uma forma que ela teve que se reconstruir e se reconectar consigo mesma. O livro é muito importante por todas essas questões trazidas e pautadas pela autora. 

Então, se você ainda não leu, tá esperando o que para ler? Vem conversar comigo sobre esse assunto que é super importante, mas que se mostra muito tabu ainda nos tempos atuais. 


Onde Comprar: Amazon
Título: Desconstruindo Una
Editora: Nemo 
Páginas: 208
Sinopse: West Yorkshire, 1977. Um assassino em série está aterrorizando o pequeno condado inglês, e a polícia encontra dificuldade em resolver o caso – mesmo tendo interrogado o assassino (sem o saber) nada menos que nove vezes. Enquanto a história se desenvolve ao seu redor, Una, então com 12 anos, vivencia uma série de atos violentos pelos quais se culpa. Por meio de um entrelace de imagem e texto, Descontruindo Una examina o significado de se crescer em meio a uma cultura na qual a violência masculina não é punida ou questionada. Com uma retrospectiva de sua vida, Una explora sua experiência e se pergunta se algo realmente mudou, desafiando a cultura que exige que as vítimas de violência paguem por ela.

26 de dezembro de 2019

{Resenha} Não era você que eu esperava

Hoje a resenha é sobre o HQ "Não era você que eu esperava" de Fabien Toulmé. 
Foto retirada de Arquivo Pessoal
Eu tinha lido poucas histórias em quadrinho autorais, mas esse especificamente me foi indicada e fiquei bastante surpresa do quanto eu gostei. 

Fabien é casado com uma brasileira e após estarem grávidos do segundo filho começam a rotina de exames e pré-natal. Pela cabeça de Fabien passa muitas coisas, mas como o primeiro trimestre ocorre bem e sem surpresas, o casal decide voltar para a França, local de origem de Fabien. E criar as duas crianças por lá. 

O que Fabien não esperava é que a Julia, que foi tão idealizada pelo casal, recebesse o diagnóstico de Síndrome de Down. O mundo dele desmorona e lidar com a doença é algo bem doloroso, no início. 
Foto retirada de Arquivo Pessoal
Só que o Fabien começa a enxergar a Julia como sua filha e não como uma pessoa com deficiência, somente. E isso, vai tornando a relação dos dois mais estreita e forte. O amor virá com o tempo e lidar com os preconceitos internos e o dos outros é um processo que passará por cada fase do desenvolvimento infantil de Julia. 

Patricia, esposa e mãe da Julia, é bem sensata e consegue lidar com a frustração do casal, pelo simples fato da deficiência. Diferentemente do Fabien, Patricia consegue amar o serzinho no qual deu a luz, desde o momento que a colocaram em seus braços. E, algum tempo depois, o casal explica para Louise, a irmã mais velha, o que a menina tem e o porquê de o seu desenvolvimento ser um pouco mais lento. 

Eu posso falar para vocês que eu amei esse quadrinho. O Fabien consegue colocar em palavras o que é ser pai, ter que amar e aceitar uma pessoa com deficiência, mesmo sabendo que essa é sua filha e que terá que cuidar dela pro resto de sua vida. É tão tocante e tão emocionante a forma como ele expressa esses sentimentos no quadrinho. 

Sabemos que a pessoa com deficiência, em qualquer lugar do mundo, vai ser apontada, olhada como coitadinha, mas temos que entender que é um ser humano, com as suas limitações, tentando lidar com esse mundo louco assim como nós. Então, desmistificar esse tipo de preconceito é o primeiro passo para deixá-los mais autônomos e independentes. 
Foto retirada de Arquivo Pessoal
Eu só posso dizer que se você não leu ainda essa Graphic Novel, pelo amor de Deus, vá ler. 
É tão linda, tão linda, que fica difícil expressar em palavras os sentimentos!

Vem embarcar nesse mundo da deficiência.

Onde Comprar: Amazon
Título: Não era você que eu esperava
Autor: Fabien Toulmé
Editora: Nemo
Páginas: 256
Sinopse: Como lidar com uma filha com deficiência? Nesta graphic novel autobiográfica, Fabien Toulmé fala com emoção, humor e humildade sobre um encontro inesperado de um pai com sua filha que possui Síndrome de Down. O casal enfrenta o nascimento de uma criança especial. É como uma tempestade inesperada, um furacão. Quando a menina nasce com a síndrome, até então não diagnosticada, a vida de Fabien desmorona. Indo da fúria à rejeição, da aceitação ao amor, o autor fala sobre a descoberta de como é ser diferente.

27 de setembro de 2018

{Resenha} O mundo de Aisha

Hoje a resenha é sobre o livro HQ "O mundo de Aisha" de Ugo Bertotti.


Confesso que estava namorando essa Graphic Novel faz um bom tempo, mas nunca conseguia comprar. E com a Bienal tive a oportunidade de adquirir livros que já tinham um desejo antigo e esse foi um deles. 

Eu engoli a HQ. Li em dois dias e para quem me conhece sabe que sou bem lenta, mesmo em se tratando de um quadrinho. 

A história gira em torno de algumas mulheres que são obrigadas a casar ainda meninas, são escravizadas e muitas vezes violentadas pelo próprio marido, sendo esse muitos, mas muitos anos mais velhos. Elas perdem o direito de viver, acabam sendo reféns da situação, pois não podem voltar para a casa dos pais, ou se desobedecem seus esposos, sofrem punições severíssimas. 

Fiquei bem chocada com o relato de algumas histórias, mas ao ler a história da Aisha, pude presenciar um pouco de esperança em meio a tanta solidão e escassez na vida dessas mulheres. Aisha é uma menina que luta contra os deveres das mulheres de seu país. Ela consegue, com seu jeito e sua força estudar e até mesmo namorar escondido dos pais. Quando forçada a casar, ela os enfrenta e acaba conhecendo a fotojornalista que solicita uma reportagem para ela. 

Aisha é uma das poucas meninas, que tenta gritar e consegue minimamente ser ouvida. Ela quer mudar um pouco essa desigualdade de gênero que existe em seu país. 

A HQ é muito bem desenhada e ainda aparecem fotos de algumas mulheres, por se tratar de um documentário também . 

A única coisa que senti falta foi da continuação da história e do que de fato acontece com a Aisha. Apesar disso eu gostei bastante da narrativa e dos desenhos. As fotos dizem muito, através do olhar o que essas mulheres vivem e sentem. São histórias que nos fazem pensar o quão importante é o nosso espaço  de fala e o quanto temos que valorizar isso, dentro do nosso país. 

Eu indico essa hq de olhos fechados. Vem embarcar nessa viagem até o Iêmen. 

Título: O mundo de Aisha - a revolução silenciosa das mulheres no Iêmen.
Autor: Ugo Bertotti
Editora: Nemo
Páginas: 144
Sinopse: Obrigadas a se casarem ainda meninas. Escravizadas, violentadas, por vezes assassinadas. Cobertas com o véu negro – o niqab – as mulheres do Iêmen parecem fantasmas. Contudo, pouco a pouco, com delicadeza, coragem e determinação, elas travam uma batalha corajosa por sua emancipação. Uma revolução silenciosa está em marcha para fazer valer seus direitos e sua liberdade. Aisha, Sabiha, Hamedda, Houssen e tantas outras: aqui estão algumas de suas histórias. Uma extraordinária reportagem em quadrinhos de Ugo Bertotti inspirada pelas imagens e pelas entrevistas da fotojornalista Agnes Montanari.

20 de fevereiro de 2017

{Resenha} HQ Orgulho e Preconceito

Hoje a resenha é sobre o Graphic Novel "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen.


Orgulho e Preconceito
Gente, comprei essa HQ havia um tempo e estava esperando para lê-la, porque eu amo a Jane Austen e ler significava que eu iria me separar dela, rs, meio estranho, mas é assim que me sentia, por isso li bem devagarrrrrrr.

Então vamos lá, nessa Graphic Novel super fofa, conta a história da família Bennet. Elizabeth e suas quatro irmãs não poderão herdar o terreno da família e sua mãe preocupada com essa situação, tenta de tudo casar as meninas. Nesse meio tempo chega na cidade um tal de Sr. Bingley que junto com as irmãs e um amigo muito chegado Mr. Darcy, irão movimentar a história.

O que achei mais interessante dessa HQ é que ela é muito fiel ao livro e as ilustrações também estão uma graça.

Mr. Darcy se rende aos encantos de Elizabeth, que é uma moça além do seu tempo, gosto de ler, é inteligente e acima de tudo adora rir e dançar.

Jane sua irmã mais velha também é uma graça, de uma personalidade mais introspectiva e que fica encantada pelo Sr. Bingley.

Foto retirada do arquivo pessoal
Eu super recomendo a leitura dessa Graphic Novel. Ela é leve e super divertida!

Vem embarcar nesse romance que você vai adorar.



Título: Orgulho e Preconceito
Autor: Jane Austen
Editora: Nemo
Páginas: 144
Sinopse: Elizabeth e suas quatro irmãs estão impossibilitadas de herdar a propriedade de seu velho pai e enfrentam a ameaça do despejo. As irmãs devem garantir sua segurança financeira por meio do casamento, mas nossa heroína tem outros planos. Ela fez votos de se casar somente por amor. Seu olhar acaba capturado pelo distinto Sr. Darcy, mas quem irá salvar os Bennets? Elizabeth deve se casar por amor ou deve salvar sua família? Uma adaptação fiel e primorosa do clássico romance de Jane Austen para os quadrinhos.

7 de dezembro de 2016

{Resenha} Uma Morte Horrível

Hoje a resenha é sobre o graphic novels "Uma Morte Horrível" de Pénélope Bagieu

Confesso para vocês que nunca tinha lido uma Graphic Novel, essa foi a minha primeira, e não
poderia ter sido melhor. 

E começa narrando a vida de Zoé, uma moça bonita, mas que apesar de ter seus vinte e poucos anos, não se conforma com o que sua vida se transformou. Ela tem um emprego, mais ou menos, um namorado mais para menos do que mais e ainda por cima, tem que sustentar a casa, porque o bonitão não o faz. 

Além disso, Zoé, mesmo jovem sofre violência psicológica do namorado, o que a faz acreditar que a vida pode ser mesmo uma "merda".

Em um dia comum, ela conhece Thomas, um escritor mal-humorado e que ainda por cima está com bloqueio. A medida que eles se aproximam, nós começamos a observar um romance nascendo, tanto entre os dois quanto nas páginas do livro escrito por Thomas. 

E se você acha que é uma história de romance, não se engane, leia até o final rs. 

Zoé, é uma personagem que cresce ao longo da história, uma menina que não tem perspectiva nenhuma, que vive em função da casa e trabalho e que após conhecer e começar a conviver com Thomas, se vê diferente. Ela cresce bastante como personagem, ao longo da trama, e vimos uma menina que se vê forte e determinada ao longo da narrativa e principalmente no final.

Foto retirada dos arquivos pessoais

Thomas é aquele personagem incógnita, que você só começa a desvendar nas últimas páginas. Ele é um pouco inseguro e como se trancou em casa para o mundo, passa horas tentando escrever sem sucesso, até que conhece Zoé e sem querer, ela acaba sendo a sua musa inspiradora. 

Eu gostei da narrativa e gostei muito da Zoé. A autora quis dar uma remexida na história e ela conseguiu dar uma reviravolta no final que eu fiquei meio intrigada. Sério?! Se eu não tivesse lido, não teria acreditado. 
Foto retirada dos arquivos pessoais

Só lendo para cada um tirar suas próprias conclusões, mas só posso dizer que Vingança é um prato que se come frio e bota frio nisso!

Vem embarcar comigo nesse quadrinho que vai fazer você repensar sobre muitas coisas.  



Título: Uma morte horrível
AutorPénélope Bagieu
Editora: Editora Nemo
Páginas: 128
Sinopse: Zoé trabalha em excesso e ainda precisa suportar o namorado desempregado e grosseiro. Até que cruza o caminho de Thomas, um escritor de sucesso à procura de inspiração.
Nada intelectual, ela não sabe diferenciar Balzac de Batman, mas vai ter que ficar esperta… porque Thomas esconde um segredo que coloca Zoé no meio do que pode se tornar o escândalo literário do século.
De uma das quadrinistas mais conhecidas da França, Uma morte horrível é uma história de amor e ambição com uma heroína inesquecível.
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