7 de fevereiro de 2021

{Resenha} Nada digo de ti, que em ti não veja

 Hoje a resenha é sobre o livro "Nada digo de ti, que em ti não veja" de Eliana Alves Cruz. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Gente, e não é que o nosso grupo de Whatsapp virou um Clube lindo?! Então, estamos lendo mensalmente um livro, e o do mês de Janeiro foi esse da Eliana. 

E que leitura minha gente! Eu só tenho a agradecer a Janaina, mediadora do Clube e leitora que eu conheci através de uma amiga e hoje virou uma amiga também. 

O livro é um romance histórico, que transpassa o Brasil de 1732. Um Brasil com senhores e escravos, com a chegada da inquisição, com os seus preconceitos e a sua população corrupta (existem coisas que não mudam, não é mesmo?). 

E a medida que a leitura evolui, conhecemos Vitoria, uma negra linda e super habilidosa com a faca, e além disso, que tem um grande dom de desvendar segredos e nas horas vagas acaba se envolvendo com Felipe Gama, filho mais novo de uma família tradicional, rica e que estava de casamento marcado com Sianinha Muniz, uma jovem sonhadora, que almejava coisas que não podia ter e que esperava casar, porque acreditava que só assim seria feliz. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

E vamos conhecer Antonio Gama, pai de Felipe, e que ajuda seu filho mais velho Balthazar a administrar os bens da família no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, e que não vê a hora de entregar as tarefas ao filho mais novo. Antonio é casado com Manuella, sua segunda esposa e mãe de Felipe. O que Antonio não diz é que , o que apresenta de força e virilidade fora de casa, deixava a desejar dentro de casa. 

E vamos conhecer também Frei Saldanha Sardinha que veio de Portugal para fiscalizar e verificar como era a terra do pecado, como era vista o Brasil naquele tempo. 

E vamos conhecer Salvalu, um negro escravo, que fará de tudo para libertar seus amores e tentar planejar o futuro. 

Foto retirada de Arquivo Pessoal

Eu poderia ficar aqui horas falando de todos os personagens e de como esse livro é importante, pois temos uma mulher trans, que está ali firme para mostrar a que veio e o narrador é perfeito, conseguimos navegar na história e conseguimos entender as nuances de cada personagem e como as histórias se entrelaçam. Além disso, a história traz nuances de como era o Brasil naquele século e podemos fazer uma comparação aos nossos dias atuais. Um Brasil com seus preconceitos, sua hipocrisia e sua fé fake, que justifica o ódio, a matança e as grandes traições. 

A escrita da Eliana é fluida e muito gostosa, eu li super rápido, então gente, vocês estão esperando o que para conhecer essa obra prima? Vem ler e embarcar nesse Rio de Janeiro do século XVIII. 


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Título: Nada digo de ti, que em ti não veja
Editora: Pallas
Páginas: 200
Sinopse: Uma cidade com milícia, racismo, fake news, delação premiada, conservadorismo, fanatismo religioso e ruas sujas. Parece 2020, mas esse é o Rio de Janeiro de 1732, ano no qual está ambientado o romance histórico “Nada digo de ti, que em ti não veja”, terceiro de Eliana Alves Cruz e o primeiro da autora premiada pela Pallas Editora. A narrativa é eletrizante. Entre as temáticas, salta aos olhos a transexualidade, raras vezes presente em uma trama de época, e as fake news tão em voga, através de cartas anônimas que ameaçam revelar alguns dos segredos mais bem guardados dos integrantes das duas famílias ricas que se cruzam nas 200 páginas do título. “Nada digo de ti, que em ti não veja” é também, como adiantou Elisa Lucinda na apresentação, a história de um amor impossível, forte e verdadeiro.

Denise Brigido "Uma pessoa que ama os livros, e esse mundo literário, adora viajar e conhecer novas culturas e é louca pelos animais. Sou apaixonada pela vida, pelos animais e por viagens. Fisioterapeuta de profissão e leitora compulsiva de coração! Leio livros desde os meus 8 anos e hoje aos 30 resolvi embarcar nessa aventura, que é poder compartilhar um pouco com vocês o meu amor por esse universo literário."

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