13 de novembro de 2019

{Resenha} Columbine

Hoje a resenha é sobre o livro "Columbine" de Dave Cullen.

Foto retirada de Arquivo Pessoal

 Se eu falar para vocês que quando vi o lançamento desse livro, fiquei extremamente empolgada, vocês irão acreditar em mim? Pois é, eu fiquei e muito feliz.


Columbine é do selo Crime Scene da nossa Caveirinha e a leitura dele me deixou extremamente intrigada e ainda mais apaixonada por esse selo.

Dave Cullen é jornalista e vivenciou o ataque a Escola Secundária Columbine e ele relata nesse livro todos os momentos, o contato com a cena do crime, o contato (através de vídeos e os documentos do FBI) com os dois adolescentes que invadiram a escola e como ele ficou após o fato. Dave ficou dez anos escrevendo o livro e trouxe um relato minucioso de todos os detalhes do que foi o dia 20 de abril de 1999 em Littleton, Colorado.

Eric Harris e Dylan Klebold eram alunos do último ano do Ensino Médio e estavam planejando um atentado que iria acabar com a Escola e matar muitos, mas muitos adolescentes. 

Eric tinha dezessete anos quando começou a planejar nos mínimos detalhes o que seria e como faria o ataque. Ele era sedutor, muito inteligente, bom articulador e tinha um ar de superioridade master. Achava que ninguém estava no nível dele. E o seu desejo, relatado nos diários e vídeos caseiros, era acabar com a raça humana, além de ser intolerante com as minorias. 
Foto retirada de Arquivo Pessoal
Dylan também tinha dezessete anos e desejava morrer. Acreditava que ninguém gostava dele. Tinha mania de perseguição. E muita ideação suicida. A depressão tomou conta dele por muito tempo e um pouco antes do ataque, a única coisa que queria era se libertar desse mundo. 

Antes de planejarem o ataque, eles já tinha sido pegos e havia um investigação pelo caminho. Eric conseguiu, com sua lábia e sua perspicácia, se livrar da condenação por roubo e ainda saiu muito elogiado pelos policiais e psicólogos envolvidos na investigação. Dylan, ao contrário, não aguentava mais essa baboseira toda e a única coisa que queria era morrer. 

O ataque foi planejado durante um ano. Eles queriam explodir a escola e matar todos os que tentassem salvar os alunos de dentro da escola. Dylan saiu de casa mais cedo do que todos os outros dias, Sue, sua mãe, chegou a perguntar o porque dele ter acordado tão cedo. Ele só disse tchau e nunca mais os seus pais puderam conversar com o filho. 

Os dois foram para a Escola, prepararam as bombas, mas na hora combinada, elas não funcionaram. Eles começaram a atirar, na verdade, Eric começou a atirar e viu naquilo uma diversão sem tamanha. Eles foram para a biblioteca do complexo e lá fizeram o maior número de vítimas. Trocaram tiros com a polícia e um pouco depois se suicidaram. Isso tudo aconteceu em menos de dez minutos. Tinham mais de dois mil alunos no prédio. A imprensa cobriu todo o ataque e a Polícia e Swat (Special Weapons And Tactics) já estavam preparadas para entrar, mas eles demoraram três horas para fazer isso. Um professor, querido por todos os alunos, morreu de tanto sangrar. A escola estava destruída, mas a pergunta que ficou no ar era: Por que?

Foram ao todo 13 mortos e 21 feridos. Os dois assassinos se mataram no fim. Alguns quiseram culpabilizar alguém e a imprensa ajudou criando várias hipóteses que foram quebradas depois de muitos anos. 

O rumo dos acontecimentos poderiam ter sido outro, se a imprensa não tivesse atrapalhado um pouco a atuação da polícia e auxilio as vítimas. Dave coloca isso muito bem no livro. Hoje ele repensa a forma como foi feita a cobertura do caso. Contudo, em 1999 ninguém sabia muita coisa, e esses atentados a escolas americanas estava no início. Eric e Dylan queriam viralizar, queriam ser "ídolos", queriam servir de inspiração para outros que viessem e em parte, eles conseguiram. 

E onde ficam os pais e educadores que não conseguiram ver o que já estava implícito no comportamento e nas ações dos dois adolescentes? Os pais foram culpabilizados. Os Harris, principalmente, não falam com a imprensa em hipótese alguma até hoje. Os Klebolds são um pouco mais maleáveis. Ficaram anos sem se pronunciar, até que a Sue, mãe de Dylan foi a algumas entrevistas e escreveu um livro. Ela se culpou durante muito tempo, pois o Dylan era uma criança carinhosa, sempre recebeu muito cuidado e amor. Ele havia ficado, um tempo antes do atentado, um pouco mais recluso, mas ainda assim, eles não conseguiram enxergar a tristeza profunda na qual o filho já estava afundado há um tempo. 

Os dois assassinos não vinham de famílias desestruturas. Eric era filho de militar, tinha uma educação muito severa e não sabia lidar com o generalismo do pai. A mãe era uma incógnita e sempre achava que o pai estava fazendo o que era certo. Hoje, estudiosos no assunto, afirmam que o Eric era um psicopata e que se estivesse vivo, poderia ter se tornado um assassino em série. Ele tinha prazer em enganar as pessoas e maltratar. Isso era um risco de sua personalidade sombria. Dylan era muito tímido e o fato de não se achar bonito, e que não chamava atenção das garotas, contribuía para a sua personalidade depressiva. 

Eu  confesso que fiquei bem tocada com toda a história e a forma como esses jovens morreram. Os que sobreviveram contam a história, mas não tem como não se emocionar com os pais que perderam seus filhos, inclusive os pais dos assassinos. 

Autor Dave Cullen na Livraria da Travessa na Booktour - 09/2019
Foto retirada de Arquivo Pessoal
Eu poderia ficar aqui escrevendo horas sobre esse livro, sobre esses dois adolescentes que queriam e conseguiram chamar a atenção para jovens, que assim como Eric Harris tinha uma psicopatia e Dylan que tinha a depressão como uma doença pregressa. Acredito que houve muitas falhas da polícia local e dos paramédicos. A imprensa também errou feio, ao cobrir ao vivo algo tão grave e sério. Hoje, algumas vítimas poderiam ter se salvado se não fosse a ineficiência da equipe nesse sentido. E, muitos ficaram marcados, assim como Dave, o nosso autor. Ele relata que ficou anos na terapia, tentando lidar com tudo que viu e ouviu naquele fatídico dia 20 de abril. Foi um choque para o país e uma "chamada de atenção" para o mundo. 

Eu indico essa leitura de olhos fechados! Se faz necessária nos tempos atuais. E se você, se impressiona um pouco mais fácil, pode ser que a leitura seja gatilho, pois contém cenas detalhadas das mortes. Vem embarcar nesse mundo comigo.  

*Livro cedido em parceria com a Editora


Onde Comprar: Loja Oficial - Editora DarkSide
Título: Columbine
Autor: Dave Cullen
Editora: DarkSide Books
Páginas: 480
Sinopse: O dia 20 de abril de 1999 deixou uma marca indelével na história norte-americana. O Massacre de Columbine pode não ter sido o primeiro tiroteio em massa, mas foi o primeiro da era digital — e o primeiro de larga magnitude. Na esteira dos acontecimentos de Newtown, Aurora, Virginia Tech, Christchurch, Suzano e Ohio, torna-se cada vez mais urgente compreender e confrontar acontecimentos como o de Columbine. Nossa arma é reaprender a ouvir a dor que cresce em silêncio no outro e no cerne dos valores da nossa sociedade.
Columbine é lembrado até os dias de hoje sempre que um episódio horrível e similar ocorre, mas boa parte do que sabemos sobre o massacre está errado. Erros factuais e testemunhos duvidosos propagados à época permanecem verdade absoluta para muitos; é fácil dizer que dois meninos rejeitados pelos atletas e pelas garotas, vítimas de bullying, que vestiam sobretudos e descontavam sua raiva em videogames violentos fizeram o que fizeram por essas razões, mas até que ponto isso é real?
Dave Cullen foi um dos primeiros repórteres a chegar à cena e passou dez anos escrevendo Columbine, livro que hoje é considerado a obra definitiva sobre o tema. Passar tanto tempo debruçado neste projeto o fez analisar a postura da imprensa na época com olhos críticos; hoje, Cullen acha que a mídia tentou encontrar um motivo rápido demais, e um episódio que deveria promover uma discussão sobre desarmamento e saúde mental acabou se transformando em um espetáculo midiático irresponsável.
Em Columbine, os episódios recontados são uma mistura das reportagens que Cullen publicou na época com anos de pesquisa — incluindo centenas de entrevistas com a maioria dos diretores envolvidos, a análise de mais de 25 mil páginas de evidências policiais, incontáveis horas de vídeo e áudio, e o trabalho extenso de outros jornalistas de confiança.
Com um faro investigativo apurado e uma narrativa terna e respeitosa, Cullen apresenta o retrato de um assunto ainda infelizmente tão atual, ao mesmo tempo em que critica a cobertura massiva que se sucedeu. E questiona: por que armas de fogo ainda permanecem ao fácil alcance nos Estados Unidos? A possibilidade de se tornar uma celebridade pela mídia também mata pessoas? Será que a imprensa não deveria focar nas vítimas em vez dos assassinos?
O novo lançamento da linha Crime Scene, da DarkSide® Books, ganhou vários prêmios e honras, incluindo o Edgar Allan Poe Award (2010), o Barnes & Noble’s Discover Award (2009) e o Goodreads Choice Award (2009), e foi finalista do la Times Book Prize, Audie Award e mpiba Regional Book Award. Columbine também foi indicado em mais de vinte listas de melhores livros de 2009, incluindo The New York Times, Los Angeles Times, Publishers Weekly, e foi eleito como uma das melhores obras da década de 2000 pelo American School Board Journal.
Os leitores mais investigativos da DarkSide® Books agora têm acesso à obra de Dave Cullen, publicada pela primeira vez no Brasil, para questionar seu ambiente, crenças, limite ético da imprensa e a responsabilidade com os fatos propagados, tão cruciais em uma sociedade que cada vez mais clama por compaixão, respeito e verdade. Dave Cullen é jornalista e escritor, e contribuiu para inúmeras publicações, incluindo o New York Times. Ele é considerado a autoridade principal dos Estados Unidos sobre os assassinos de Columbine. Cullen ganhou diversos prêmios de escrita, incluindo um Edgar Award, Good Reads Choice Award, Barnes and Noble Discover Award e glaad Media Award. Para mais informações sobre Columbine e Dave Cullen, acesse www.davecullen.com.

Denise Brigido "Uma pessoa que ama os livros, e esse mundo literário, adora viajar e conhecer novas culturas e é louca pelos animais. Sou apaixonada pela vida, pelos animais e por viagens. Fisioterapeuta de profissão e leitora compulsiva de coração! Leio livros desde os meus 8 anos e hoje aos 30 resolvi embarcar nessa aventura, que é poder compartilhar um pouco com vocês o meu amor por esse universo literário."

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